domingo, 11 de julho de 2010

SPOTTERS – Loucos por aviões

Dedicar tempo e dinheiro para fotografar aviões, é um hobby para muitos


Por Anderson Andrade.

E
les estão em vários aeroportos do Brasil e do mundo fotografando qualquer movimento dos gigantes voadores. Boeings, Airbus, Aviões Embraer, Fokkers... Das menores às maiores aeronaves, das mais antigas às mais modernas, nada escapa das potentes lentes dos aficionados por aviação. Esses são os Spotters (palavra inglesa que ao pé da letra quer dizer detetive). Fotografam por prazer e não ganham nada com isso. O objetivo é apenas exibir as fotos em sites na internet como o planepictures.net e jetphotos.net, onde pessoas no mundo inteiro acessam para apreciar imagens de aeronaves.

Ezequiel Celini, 30 anos, é formado em Sistemas de Informação e é consultor em TI. Ele é spotter desde 2003. Inicialmente fotografava no aeroporto de Congonhas e Guarulhos. Em 2005 veio para Brasília e continuou com seu hobby.

Sempre gostou de aviões. Afirma que as aeronaves faziam rota em cima da sua casa, na cidade de Mirassol, interior de São Paulo. Admirava quando um Boeing 737-200 da VASP passava todos os dias e fazia um barulho estridente. “Quando ele decolava, a cidade toda sabia que era o Boeing da VASP”, afirmou Celine.

Seu sonho era voar. Fica emocionado quando vê um avião no ar, principalmente em cidades do interior. Sua paixão por aviões ficou ainda mais evidente quando voou pela primeira vez. Sempre associou aviões com viagens e como uma das coisas que ele mais gosta de fazer é viajar, então pode juntar o útil ao agradável.

O spotter lembra o dia que teve que viajar num turbo hélice pela primeira vez. Era um ATR 42 da Pantanal. “É muito bom porque em aviões à hélice, as aeronaves voam mais devagar e mais baixo, o que dá uma panorâmica ainda melhor”, acrescentou.

A paixão por aviões é tanta, que Ezequiel consegue diferenciar alguns modelos de aeronaves só pelo barulho das turbinas. Ele diz que um Airbus, por exemplo, tem um barulho mais suave como se fosse um secador de cabelos. Já um Boeing emite um som mais estrondoso.

Quando viaja, não importa se vai durar dez horas ou mais. Quanto mais escalas e conexões melhor. Sempre escolhe rotas que tem mais escalas ou conexões, pois assim pode aproveitar mais os aeroportos para fotografar as aeronaves estacionadas no pátio ou taxiando. “As vezes vou ao aeroporto só pra observar mesmo. É a coisa mais linda do mundo ver um avião pousando ou decolando”, disse Ezequiel.

Ezequiel Celini, é spotter nas horas vagas. Um aficionado por aviões (foto: arquivo pessoal).

Ele também é assinante de várias revistas de aviação. Suas fotos já foram publicadas em diversas revistas nacionais e internacionais. Acredita que é uma das pessoas que mais fotografa aviões em Brasília.

Salienta que uma coisa boa de ser spotter são as amizades que conquistou em vários lugares do Brasil, e tem certeza que alguns amigos serão para sempre. Surgiu até uma proposta de um alemão para intermediar a compra de uma aeronave que fotografou. Era um Boeing 737-200 da TAF, mas o dono não quis negociar. Acredita que era uma aeronave que tinha um valor sentimental para o alemão.

Celini afirma que suas fotos não tinham qualidade suficiente para aparecer nos sites internacionais. Ficava decepcionado porque aos seus olhos estavam perfeitas. Mas aos poucos foi aprimorando suas fotografias e hoje consegue obter imagens impecáveis.

Tudo é válido para conseguir uma boa fotografia (foto: arquivo pessoal)

Como um admirador nato de aeronaves, já participou de vários eventos importantes para aviação como a CRUZEX em 2006, evento realizado pela Força Aérea Brasileira em Anápolis, onde pode voar pela primeira vez em um avião da FAB juntamente com a comitiva de imprensa do evento; além da Expo Aero Brasil, em Araras, no ano de 2007 e São José dos Campos em 2008; também participou do Red Bul Air Race, no Rio de Janeiro em 2006. No Chile esteve na FIDAE, a Feira Internacional da Aviações e Espaço, em março de 2010.

Airbus A380 em apresentação no Aeroporto de Guarulhos - 10/12/2007 (foto: Ezequiel Celini).

Ele dá a dica para quem tem vontade de ser um spotter reconhecido: Primeiro o spotter precisa ter uma maquina fotográfica boa, depois deve ir pro aeroporto fotografar muito, treinar até aperfeiçoar sua fotografia.

Spotters em ação, próximos ao aeroporto de Guarulhos/SP (Foto: Ezequiel Celini).

Para Ezequiel, a maior recompensa de ser um spotter é poder estar em muitos lugares que qualquer outro cidadão comum não teria oportunidade, como fotografar na pista de um aeroporto, por exemplo. Ele finalizou dizendo que aviação é cultura.

Quem quiser obter ou divulgar as fotos de Ezequiel Celini, poderá enviar um e-mail para ezeqnc@gmail.com

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PREJUÍZO PRA UM, LUCRO PRA OUTROS

Preços mais baixos e melhor atendimento atraem os alunos da Faculdade JK para concorrência ilegal
Por: Anderson Andrade

foto: Ruanne Silva
Legenda: Jackson trabalhou 6 anos numa farmácia e há um ano vende salgados no "Jota-Creu".

Enquanto o comercio ilegal de venda de lanches fatura milhares de reais dos alunos da faculdade JK todos os meses, a cantina interna amarga um prejuízo de pelo menos R$500,00 ao dia, o que durante o mês pode chegar a mais de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Hebertde Jesus, filho do locatário do estabelecimento que é inquilino há pelo menos dez anos, sente-se prejudicado com a atuação do comercio na área externa da instituição, pois precisa pagar caro pelos impostos, aluguel e salários dos funcionários embora afirme nunca ter tentado tirar os comerciantes da área por meio de denúncias ou qualquer tipo de ação judicial. Ele ressaltou ainda que ao contrário do que pensam os vendedores ambulantes de alimentos, não possui nenhum tipo de influência que possa contar para retirá-los do local. Disse também que já ouviu relatos de brigas, prostituição e até mesmo assaltos no “Jota-créu”, local popularmente conhecido pelos alunos onde fica o aglomerado de carrocinhas de cachorros-quentes e trailers na parte de traz da faculdade.

Mas se por um lado isso é ruim, para os comerciantes e boa parte dos alunos,representa competitividade e preços mais em conta. É o que diz a aluna Quedma do terceiro semestre de farmácia ao se referir sobre os preços dos salgados e sobre o bom atendimento prestado pelos ambulantes.

O comerciante Jackson vai todos os dias com seu corsa cor de vinho, vender sua maior especialidade: salada de frutas. Ele capricha com leite condensado, granolas, leite em pó e farinha láctea. Tudo isso por R$2,00 (dois reais). Além disso, ele vende também qualquer salgado acompanhado por suco também por R$2,00. Ele faz isso há pelo menos um ano. Antes de ser salgadeiro, levava a vida trabalhando em uma farmácia onde permaneceu por seis anos. “Deixei de trabalhar na farmácia, pois o meu negócio é trabalhar com o povão”, afirmou Jackson com um sorriso no rosto demonstrando satisfação. Ele trabalha utilizando uma máscara para demonstrar higiene e evita pegar nos alimentos diretamente com as mãos, utilizando sempre um guardanapo.

Outro ponto que favorece os comerciantes externos é o atendimento. Segundo a aluna Raquel do segundo semestre de farmácia, o atendimento da cantina da faculdade fica muito a desejar, principalmente no período da manhã. Nossa equipe pôde sentir isso ao ser surpreendida pela forma como a vendedora da cantina nos abordou quando fotografávamos o local: “você tem autorização para fotografar a cantina? Isso pode dar problema pra você”, indagou com tom de ameaça. Ainda segundo Ebert de Jesus, há cada 5 anos é aberto licitação para locação do espaço da cantina, porém o processo é fechado e só pode participar da disputa quem for indicado pela faculdade.

sábado, 22 de novembro de 2008

PARQUES DE BRASÍLIA

O estado de conservação e os projetos para revitalização dos parques da cidade

Um dos principais pontos turísticos de Brasília, o Parque Sarah Kubitschek, conhecido como Parque da Cidade, necessita de uma reforma mais profunda. Fundado em outubro de 1978, localiza-se no Plano Piloto de Brasília, próximo à Asa Sul. Possui 42 hectares de área verde, ciclovia e pista de cooper com mais de 9 mil metros de extensão, além de parques infantis, equipamentos para auxílio de exercícios físicos, banheiros e bebedouros.

Um projeto foi elaborado no ano passado para sua reforma, onde inclui a reforma das quadras poliesportivas, das churrasqueiras, a praça das fontes, o castelinho e todos os banheiros. A iniciativa privada também deverá colaborar com as obras através do programa “Abrace um Parque”, principalmente na área do Parque Ana Lídia e a piscina de ondas que está desativada há quase 17 anos.

Segundo o administrador do Parque da Cidade, Rivaldo Sergio Carvalho, que tomou posse há 30 dias, desde o início de sua gestão algumas reformas já estão sendo executadas nas quadras poliesportivas, nos brinquedos e nos pára-raios. Além disso, a NOVACAP fez uma limpeza em todo o parque. Ainda não há previsão para o início das outras obras.

Enquanto a reforma não chega, os freqüentadores do parque convivem com as demais estruturas desgastadas.

O estudante Luiz Gustavo, de 22 anos, precisa passar pelo parque todos os dias à noite, até chegar ao local onde faz cursinho preparatório para concursos no Setor Gráfico e segundo ele, existem muitos trechos escuros e inseguros e já flagrou várias vezes pessoas fazendo sexo nessas áreas. Ele disse ainda que já foi assediado, principalmente por homens, que ficam nesses locais esperando alguém passar para lhes propor sexo casual.

A administração informou que a segurança também deverá passar por uma readaptação e câmeras serão instaladas para monitorar o parque, principalmente nas áreas de maior circulação de pessoas. O estacionamento do Pavilhão de exposições que antes era ponto de encontro principalmente entre homossexuais que iriam a procura de sexo, foi alugado pela Brasiliatur para um centro de ensino que fica nas proximidades da área externa do parque.

Onoyama
Além do Parque Sarah Kubitschek, o Parque Onoyama também se destaca pela sua importância não só para a comunidade, mas também para o meio ambiente. A última revitalização foi feita em junho de 2006, onde foram refeitas as cercas que estavam danificadas, além de novas pontes, calçadas, instalação elétrica, a construção do estacionamento e a pintura das quadras poliesportivas. Atualmente todas essas instalações estão precisando de reparos. O parque precisa de uma nova sede e a fiação elétrica do galpão onde ocorrem os eventos foi roubada. Há ainda casos de furtos ocasionados nos veículos que ficam no estacionamento externo. As informações são da própria administração do parque.

Localizado na cidade de Taguatinga, o parque Onoyama possui uma área de 34 hectares e faz fronteira com os parques Boca da Mata e o Parque do Cortado, que são reservas ecológicas. Pertencia à família Saburo Onoyama até o ano de 1988, quando foi doado para o Governo do Distrito Federal. Era administrado pela Comparques, até que a mesma se transformasse em Secretaria no mês de dezembro de 2004. Hoje o parque é administrado pelo Instituto Ambiental de Brasília (Ibram).
Apesar disso, o parque Onoyama possui vigilância durante 24h. O horário de funcionamento é até às 18h para garantir a segurança dos visitantes.

Jussara Cardoso de 48 anos, freqüentadora do parque, afirma que até hoje nunca soube de nenhum caso envolvendo crimes no local. Costuma caminhar tranquilamente e faz meditações diárias.

Segundo a Técnica de Administração Pública e responsável pelo parque, Maria de Lourdes, hoje não há nenhum projeto para revitalização do parque Onoyama. As verbas para manutenção que são enviadas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), não são suficientes para garantir a conservação da última reforma.

Pelo menos três projetos sociais são desenvolvidos: O Bombeiro Mirim, que atende a 80 crianças da comunidade; O Projeto Esporte nas quadras da Secretaria de Educação, voltado para jovens e adolescentes; e também Ginástica Laboral para pessoas da terceira idade.

Duas vezes ao ano, a Novacap faz limpeza no parque, além de aparar as gramas e podar as árvores.

Outros parques que também precisam de atenção é o parque de Águas Claras e o Parque Olhos D’água que fica na Asa Norte. Embora ambos estejam com boa parte de suas instalações funcionando, alguns reparos precisam ser feitos para prolongar a vida-útil dos mesmos. No Parque Olhos D’água, por exemplo, algumas pontes que passam sobre os córregos precisam de reparos. Segundo a empresária Ludmila Cândida, ao passar por algumas pontes, se ouve vários estalos e algumas tábuas parecem estar soltas.

sábado, 25 de outubro de 2008

DF: ônibus novos com potência de velhos

Comentário a respeito de alguns ônibus "novos" que circulam no DF


Foto: st.df.gov.br



Hoje eu quero falar um pouco sobre o sistema de transporte público do Distrito Federal, em específico sobre os novos ônibus. Essa semana eu peguei um ônibus em direção a cidade satélite de Ceilandia e na via EPTG, no trecho entre Vicente Pires e o balão que fica na entrada de Taguatinga, tem em aclive bastante extenso, mas nada exagerado pois a subida não é tão acentuada. O aclive tem algo em torno de uns 3km de extensão.

O fato é que eu estava num ônibus da Wolksvagem, modelo Comil, o qual foi adquirido há menos de dois anos pela empresa Planeta e ainda estava com uma propaganda do GDF atrás dizendo que faz parte dos 1000 ônibus novos. Este ônibus penou pra subir aquele aclive. Chegamos a uns 30km por hora na faixa da direita e em segunda marcha. O que me gera estranheza é saber que um ônibus novo e rasuavelmente vazio, quase não dava conta de completar a subida pra Taguatinga. Por um momento eu pensei que fosse parar ou quebrar, pois chegou a uns 20km/h. Dava até pra alguém ir correndo do lado acompanhando o veículo. Já é a terceira vez que faço esse trajeto e sempre ocorre o mesmo.

Coincidentemente os três ônibus que tive o desprazer de tomar, foram do mesmo modelo e fabricante. Não sei se o problema é o fabricante ou se o ônibus já está rodado demais. Um cobrador de ônibus de uma linha que liga o Plano Piloto ao Recanto das Emas, disse que boa parte da nova frota que circula no Distrito Federal, são ônibus que vieram do Rio de Janeiro e foram reformados.

Em contrapartida, gostaria de ressaltar que sempre viajo da W3 Norte até o Pistão Sul em Taguatinga, onde preciso passar pelo referido trecho e sempre vou pela empresa Riacho Grande, a qual disponibiliza os ônibus nos modelos Apache Vip e S22 da Mercedes Bens. Esses ônibus sobem aquele aclive numa velocidade média de 60km/h e por vezes ultrapassa até os carros de passeio.

Resta saber agora se o problema dos ônibus que sofrem para subir o trecho é de falta de manutenção da empresa, se é culpa do Fabricante, se os ônibus realmente são de segunda mão como informou o cobrador ou se os motoristas são roda-presa.