terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PREJUÍZO PRA UM, LUCRO PRA OUTROS

Preços mais baixos e melhor atendimento atraem os alunos da Faculdade JK para concorrência ilegal
Por: Anderson Andrade

foto: Ruanne Silva
Legenda: Jackson trabalhou 6 anos numa farmácia e há um ano vende salgados no "Jota-Creu".

Enquanto o comercio ilegal de venda de lanches fatura milhares de reais dos alunos da faculdade JK todos os meses, a cantina interna amarga um prejuízo de pelo menos R$500,00 ao dia, o que durante o mês pode chegar a mais de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Hebertde Jesus, filho do locatário do estabelecimento que é inquilino há pelo menos dez anos, sente-se prejudicado com a atuação do comercio na área externa da instituição, pois precisa pagar caro pelos impostos, aluguel e salários dos funcionários embora afirme nunca ter tentado tirar os comerciantes da área por meio de denúncias ou qualquer tipo de ação judicial. Ele ressaltou ainda que ao contrário do que pensam os vendedores ambulantes de alimentos, não possui nenhum tipo de influência que possa contar para retirá-los do local. Disse também que já ouviu relatos de brigas, prostituição e até mesmo assaltos no “Jota-créu”, local popularmente conhecido pelos alunos onde fica o aglomerado de carrocinhas de cachorros-quentes e trailers na parte de traz da faculdade.

Mas se por um lado isso é ruim, para os comerciantes e boa parte dos alunos,representa competitividade e preços mais em conta. É o que diz a aluna Quedma do terceiro semestre de farmácia ao se referir sobre os preços dos salgados e sobre o bom atendimento prestado pelos ambulantes.

O comerciante Jackson vai todos os dias com seu corsa cor de vinho, vender sua maior especialidade: salada de frutas. Ele capricha com leite condensado, granolas, leite em pó e farinha láctea. Tudo isso por R$2,00 (dois reais). Além disso, ele vende também qualquer salgado acompanhado por suco também por R$2,00. Ele faz isso há pelo menos um ano. Antes de ser salgadeiro, levava a vida trabalhando em uma farmácia onde permaneceu por seis anos. “Deixei de trabalhar na farmácia, pois o meu negócio é trabalhar com o povão”, afirmou Jackson com um sorriso no rosto demonstrando satisfação. Ele trabalha utilizando uma máscara para demonstrar higiene e evita pegar nos alimentos diretamente com as mãos, utilizando sempre um guardanapo.

Outro ponto que favorece os comerciantes externos é o atendimento. Segundo a aluna Raquel do segundo semestre de farmácia, o atendimento da cantina da faculdade fica muito a desejar, principalmente no período da manhã. Nossa equipe pôde sentir isso ao ser surpreendida pela forma como a vendedora da cantina nos abordou quando fotografávamos o local: “você tem autorização para fotografar a cantina? Isso pode dar problema pra você”, indagou com tom de ameaça. Ainda segundo Ebert de Jesus, há cada 5 anos é aberto licitação para locação do espaço da cantina, porém o processo é fechado e só pode participar da disputa quem for indicado pela faculdade.